quarta-feira, 28 de abril de 2010

o amor e a morte

"Casais em sorrisos passeiam à beira-rio,
Tão enamorados que até se esquecem do frio.
Num momento, alheios ao seu destino de pó, abraçados,
Fazem a mesma promessa todos os apaixonados:
"Para sempre!" Como lábios que empalidecem
Ousam repetir essa expressão audaciosa
Que aos prados faz perder a cor auspiciosa?
Como seres que tão pouco permanecem
Ousam lançar esse vão desafio à eternidade
Na embriaguez de um instante de felicidade?
Amantes, ouvi para além da vossa ilusão que pasce!
Uma voz inflexível grita a tudo o que nasce:
"Ama e jaz na terra!" Sabei que é implacável a morte
E insensível o céu. Não escapareis a essa sorte!
Assim, sem mais demoras e reflexões,
Cheios dessas intensas e inebriantes paixões,
Da imensa natureza perdidos no seio,
Amai então e morrei!"

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